sábado, 26 de novembro de 2011

Estrella Galicia 1906

Mais uma estrangeira por aqui... Essa faz parte do portfólio da espanhola Estrella Galicia. No rótulo, "Reserva Especial" e "Cerveza Extra" aumentaram as expectativas.

A cor é um amarelo escurecido, amarronzado. Contrasta com as amarelinhas que costumamos ver e apreciar. Já o creme é denso e agrada, mas dissipa-se com alguma facilidade.

te amo espanhola!


A melhor definição para esta cerveja é encorpada. Ela tem um amargor bem diferente, algo levemente torrado, como li em outra resenha e, com isso, tenho que concordar. Essa característica também disfarça o teor levemente superior, de 6,5% . Opinião diferente em tenho quanto ao dulçor. Não vi isso que outros viram.

Não tem tanto bebestilidade drinkability assim, pois o final seco e amargo pode assustar alguns e, mesmo os que gostam, creio que não vão apreciar depois da 3a ou 4a. Ou 5a, ou 6a... Enfim, ficou entendido né?

É uma lager mais forte e desconfiei de qual estilo estaríamos tratando aqui. De fato, a 1906 é classificada com Viena Lager, um estilo caracterizado pela cor avermelhada e sabor levemente queimado.

Adquirida pelo investimento de R$4,50 , entra pra lista das que valem o teste. Acho que cairia bem com um churrasco ou um filé à medalhão. Ou vai ver só tô com fome mesmo ;)

Quanto à data, não encontrei nada a respeito. Já  procurei e não achei nada. Quem descobrir ganha um brinde, se for de Fortaleza!


sábado, 5 de novembro de 2011

Colorado Indica

Colorado Indica! Essa é a primeira cerveja do estilo India Pale Ale que passa por aqui. Para os iniciados, uma IPA ;)

Durante o processo de colonização da Índia, os ingleses, já apreciadores de cerveja, levavam estoques do precioso líquido para as novas terras. No entanto, devido à duração do trajeto e às condições de produção e armazenamento da época, as cervejas deterioravam-se pelos meses em que a viagem se arrastava.

Foi aí que surgiu um novo estilo de cerveja, com teor alcóolico superior aos tradicionais da época (e de hoje também, com 7,5%) e com aumento do lúpulo na receita, com consequente efeito de amargor superior, a fim de prolongar a vida útil do líquido sagrado. E funcionou!

A Colorado está se firmando como uma das melhores fabricantes de cervejas premium especializadas do Brasil, sendo marca premiada em concursos pelo mundo com suas cervejas. Com a Indica não foi diferente e ela foi agraciada em alguns concursos internacionais.

cor de lama turva!


No palato, conforme esperado, o amargor impera. Mas um amargor saboroso, estimulando uma sensação, infelizmente, pouco explorada na nossa culinária. No aroma, a sensação de algum grão torrado, que não consegui identificar. A cor, conforme bem mostrado na foto, é bastante escura, puxando pro marrom.

Em suma, estamos falando de uma cerveja de qualidade e bem diferente do que fomos "adestrados" por aqui. O preço normal varia de R$9,90 a R$14,90 nos Extras da capital cearense. Numa pechincha, comprei alguns exemplares a risivos R$1,99 a embalagem com 600ml por estarem perto do vencimento. No preço normal, vale a prova. No preço promocional, recomendo a dúzia!

domingo, 23 de outubro de 2011

Primeiro Teste Cego

E ontem, como falei, na nossa Oktoberfest privada, rolou um teste cego. Compramos um monte de cervejas trapistas belgas:

o sonho!


Não, mentira! Compramos um monte de cerveja sim, mas das nacionais, de prateleira mesmo. todas na faixa sub-2 reais, desde a injustiçada Primus, passando pela unanimidade Skol, até chegar na aclamada Bohemia, dentre outras. Pra temperar, inserimos também a Stella e a Heineken, que passam um pouco dos R$2.

A metodologia foi a seguinte: dividimos as cervejas em grupos de 4 para facilitar para o provador. Cada cerveja era colocada em uma taça numerada por um "juiz" que era isento e não participava. Todas as taças eram comuns, daquelas de buffet. Os 4 participantes eram previamente informados quais eram as cervejas presentes naquela "bateria" e o desafio era fazer a correspondência número-marca.


O resultado foi o seguinte: fomos péssimos. Eu acertei com muita dificuldade 1 bateria completa, de 3 que houveram. Meu irmão acertou uma bateria também. Os outros dois poucos chutes certos. Mas nenhum de nós teve muita convicção nos palpites. Tá, eu também tinha bebido um pouco 7 latinhas antes de começar, então estava na desvantagem....

Mas, no resumo, fiquei satisfeito. Minha teoria de que nossa capacidade de percepção é bem menor do que julgamos parace ser válida e me incluo quando digo "nossa". Em se tratando de cerveja, nossas escolhas parecem ser muito mais baseadas em preconceito e propaganda do que na qualidade do produto em si.


a realidade!


Tenho algumas idéias para melhorar: fazer uma análise sensorial das cervejas, dar notas a priori e a posteriori para comparar, provar numa temperatura superior, utilizar mais taças para que cada provador possa sentir o aroma e a espuma da cerveja, convidar mais amigos bebedores contumazes.... Aceito sugestões também.

Fica a lição: pense duas vezes antes de pagar aqueles centavos a mais por determinada cerveja. Primeiro, avalie se há diferença. Segundo, avalie se a diferença pode ser percebida. Se for para uma festa, dependendo do porte, pode fazer toda a diferença.

Pra início, foi uma boa brincadeira e animou o grupo.  O resultado corroborou com mote da noite, que inventei de improviso e fez sucesso: procurar diferença nas brejas brasileiras é procurar diferença em listras de zebras. Né, tio Marco?! =)

Valeu Nega, Catarine, Romim, Cici e Vinícius.

Até o próximo. Ein prosit!

Theresopolis Gold + Bohemia Confraria

E ontem foi dia de cerveja! Na verdade, rolou uma cervejada com uma degustação bem diferente, realizada em grupo. Foi tipo a nossa Oktoberfest! E teve até teste cego!

Primeiramente, vou falar da Theresopolis Gold. Como outras que já comentei aqui, ela não se diferencia muito das brejas brasileiras. Um pouco mais de sabor e aroma, nada demais.
É uma pilsen de qualidade, mas que não vale os R$10 por 600ml que normalmente são cobrados nos supermercados...

foto kibada pelo Google Images...


Já a Bohemia Confraria é uma cerveja diferente. Possui uma cor âmbar escuro e uma espuma não muito cremosa, mas com uma persistência razoável. É uma cerveja do tipo abadia, ou seja, sua receita é baseada no processo de fabricação que monges utilizavam para fazer sua própria cerveja na Europa medieval (sim, monges bebem!). Posteriormente, estes monges passaram a comercializar sua cerveja para angariar fundos para se manterem ou para a caridade. E há monges que fazem isso até hoje!


Que bela garrafa! Foto kibada daqui.



A Bohemia, como de costume, caprichou nesta cerveja. Seu sabor lembra o caramelo, sem ser adocicada. E seu aroma é bem presente, mas não consigo descrever... Paguei R$7 na garrafa com 550ml e acho que foram bem investidos! O teor é de 6,2% mas ele fica bem disfarçado.

sábado, 15 de outubro de 2011

Devassa Loura

Devassa. Esta marca que já nasceu com nome polêmico, tem uma logo provocante e, pra radicalizar, experimentou a Paris Hilton como garota-propaganda.

Não deu certo, claro! O país da praia, da bunda e da corrupção não tolera desvios éticos e de valores se não for no mês do carnaval.

Acho que só de sacanagem, trocaram a Paris por seu antônimo - a Sandy. E como a coisa não tava funcionando, rolou aquela apimentada na famosa "entrevista".

Marketing até a última gota!

Inicialmente artesanal, fase em que não a conheci, arrisco dizer que a Devassa é, hoje, uma cerveja muito mais midiática do que qualquer outras coisa.
Entrou com tudo no mercado nacional  após ser comprada pela Schincariol e faz parte do portfólio "top" (ou "premium") do grupo.

No paladar, nenhuma novidade. Uma pilsen com gosto metalizado que agrada, mas sem maiores traços amargos ou doces. O teor alcóolico de 4,8% não dá as caras diante da suavidade da cerveja.

No fim, nada demais. Nem de menos. Uma boa cerveja, porém, superfaturada. Na casa dos R$3,50 , não honra o investimento.

Amstel Pulse

Opa! Hoje é mais um post póstumo que farei. Atrasado, mas não sonegado!

Esta loira holandesa foi devidamente entornada há exatas duas semanas, mas fiz algumas anotações para comentar. Vamos a elas....

Detalhe para a tampinha inovadora!


Bom, é isso. Pra falar a verdade não anotei nada. Uma pilsen no estilo que já conhecemos com um design bacana e uma tampinha que não precisa girar. Você enfia o dedo naquele anelzinho (ui!) metálico e ela abre como numa lata sardinha ou molho de tomate. E vi pela internet que ela ganhou um prêmio de Design num Festival Cannes.

A cerveja em si, pra mim, não vale os R$4,00 pagos. Pra efeito de comparação, uma Bohemia me parece uma pedida mais justa.

Mas com uma costelinha de porco, qual não cai bem?

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Birra Moretti

Uma cerveja sem muitos prenúncios: rótulo simples, origem italiana e do tipo american lager. Ou seja, as expectativas aqui eram bem humildes. E a experiência equiparou-se às expectativas.

De fato, acho que o "Premium Lager" estampado na garrafa deve-se à escolha dos ingredientes, rigor no processo de fabricação ou fidelidade à receita tradicional. O que posso descrever é uma cerveja leve, refrescante, com gosto inicial semelhante às brasileiras, finalizado por algo bem discreto e quase inexpressivo. Os acostumados a cervejas mais robustas e encorpadas confundiriam com água se não fosse a cor.



Hipérboles à parte, na faixa dos R$4 a long neck, minha singela opinião é de que estamos falando de uma boa cerveja para climas quentes e que "desce" bem (ou tem um excelente drinkability, no jargão gay do ramo).
Mas o fato é que  a trocaria facilmente por duas Bohemias. Facilmente. Sem pestanejar!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Estrella Galicia Premium Lager

Retomando as atividades por aqui! Não vou dar muitas justificativas para o marasmo que se neste espaço... Tá, vou sim: faculdade, faculdade, férias-como-se-não-houvesse-amanhã, faculdade... Mas prometo uma sequência bem caprichada pra compensar. Sem comprometimento com a ordem: uma creme ale, uma Bohemia Confraria, uma 1906 e, finalmente, uma Indian Pale Ale. Espero que os amigos que acompanham na surdina (eu não sabia, mas, sim, eles existem sim, não são frutos da minha imaginação e andaram me cobrando...) sejam recompensados e não me excluam de seus agregadores de feeds. Né Marivaldo, Fred Rhae e Jamile ?!

Voltando a esta cerveza, que é o que interessa! Estrella Galicia é o nome da estrela da noite (foi infame, confesso...).

Cheers!

Frase de rótulo, um pouco marketeira, é verdade: "La perfección obtenida en la elaboración de esta cerveza es el fruto de una experiencia transmitida através de los años y constantemente mejorada por cuatro generaciones de la familia Rivera."

De origem espanhola (ah, como aprecio!) é uma premium lager autodeclarada e, mais especificamente, uma pilsen. Como boa pilsen, a principal característica é o lúpulo acentuado. Bem diferente das "pilsens" de nossas prateleiras de supermercados. Possui uma coloração amarela escurecida, dourada. A espuma é baixa e de média duração. O aroma.... bem, sobre este não posso opinar muito devido à coriza que me assola momentaneamente. Mas o pouco que senti me agradou.

Nos primeiros instantes do gole, com a cerveja ainda inundando o palato, nada demais. "Neutra", nas bem colocadas palavras do fabricante. Mas, ao consumar o ato e empurrá-la "goela" adentro, vem o trunfo desta cerveja: o amargor. Inesperado, porém, bem vindo. É fruto da qualidade e quantidade do lúpulo empregado, bem como do malte selecionado especialmente para isto. Esta sensação permanece por um bom tempo e torna a experiência realmente válida e recompensadora. Um aprendizado.

Portanto, quem quiser provar uma boa quantidade destes fungos-fermentadores-maravilhosos, #ficadica! Eles quase não aparecem nas nossas queridas nacionais.

Adquirida na casa dos R$4 a unidade. No kit com 6, ganha-se o brinde do copo personalizado. Show!



Sobra do almoço caprichado e independente (07/09) do dia

Dica: não vai bem com salmão. O sabor forte de um interfere com o outro. E vice-versa!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Paulistânia Lager Puro Malte Premium

Aproveitei uma promoção e, por isto, ela fugiu à regra de ir subindo o preço das aquisições gradativamente. No popular, furou a fila!

Tem um amarelo escurecido e uma leve espuma. O rótulo diz que estamos falando de uma cerveja feita com puro malte, ou seja, o malte é feito 100% de cevada. Lembrando que o malte pode ser composto também por outros cereais, como o milho e o arroz. Realmente, não sei a diferença que faz utilizar apenas cevada no processo.

Foto própria!


Pelo preço e pelo rótulo, que contém "Cerveja Puro Malte Lager Premium" e de aspecto envelhecido, confesso que esperava mais. É uma boa cerveja, mas sem aquele componente diferente ou artesanal. Não vai muito além de uma Antárctica Original, por exemplo. O diferencial que percebi foi o retrogosto, presente na língua por um tempo superior. Ademais, o suave amargor agrada a quem quer fugir das Skol 360 ou Brahmas Freshs da vida, cujos únicos objetivos são serem tomadas tão mais geladas quanto for possível e refrescar o calor, sem deixarem vestígio de seus gostos na boca.

E este é um ponto importante: essas cervejas "superiores" não devem ser tomadas geladas demais. Essa daqui recomenda 3 a 6 graus. Não tenho um termômetro, então não tenho como precisar, mas creio que a temperatura estava boa para o consumo.

Diria que é um bom benefício, mas um ruim custo X benefício. 600ml na faixa de R$8 a R$10 nos grandes supermercados.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Eisenbahn Rauchbier

Fenixzando esse blog mais uma vez... Nesse tempo afastado, viajei pela Argentina e lá provei várias cervejas como Quilmes de vários tipos, Andes, etc ... Mas como o tempo era curto e urgia, não tinha tempo para fazer as resenhas. Apenas para sentar e apreciar naquele clima mais ameno que este nosso nordestino. Em outras palavras, a cerveja demora pra caralho pra esquentar!

Ah, sem falar que andei traindo bastante o movimento. Traduzindo, a valorização do real frente ao dólar, causando a queda dos preços e a viagem fizeram a minha proporção de consumo de vinho subir drasticamente. As degustações e passeios que fiz em Mendoza, capital do vinho para os hermanos, estimularam a continuação do aprendizado por aqui =)

Mas chega de papo, porque resenha de vinho envolve um quê de boiolagem método mais elaborado e já tem um monte de gente fazendo isso por aí: os enólogos e os enochatos.

Créditos: foto "kibada" daqui 

A estrela da vez é de uma família já bem tradicional e conhecida no Brasil. A catarinense Eisenbahn tem uma linha bem diversificada de cervejas para vários gostos. Todas de excelente qualidade, pelo que tenho provado. E que bom que está ganhando o mercado nacional e deixando de ser exclusividade dos sulistas.

Ao que interessa: nossa degustação da vez. Cor bem escura e colarinho pouco cremoso e não persistente. A grande surpresa aqui ficou por conta do sabor mesmo. Senti logo algo torrado, tipo café. Bem diferente do que vemos em cervejas escuras tradicionais como dunkel ou malzbier. Foi o que mais marcou. Não tinha o sabor forte característico das dunkel nem o gosto adocicado das malzbiers. Simplesmente, saborosa e incomum.

A Wikipedia me disse que o prefixo nome "rauch" vem do alemão e quer dizer "defumado". Isto para nos dizer que a cevada utilizada aqui é defumada e produz o gosto característico que tanto me atraiu.

De fato, não creio ser uma cerveja para ser tomada aos baldes. Nem para ser tomada "trincando". Tomei de geladeira, normal, sem freezer ou congelador e foi uma delícia. Só uma coisa a reclamar: acabou!

Entrou para meu plantel de prediletas juntamente com a weiz, que ainda não tive a oportunidade de comentar. E o preço: em torno de R$5 numa pechincha que peguei, mas, normalmente, fica na faixa de R$6 a R$7.

P.S.: tirei a foto acima desse site aqui: http://confrariadatavoladigital.blogspot.com , que por sinal, pareceu bem interessante e já assinei. Ainda não tenho como tirar fotos próprias e esta foi a melhor que o GoogleImages me retornou, representando bem o que queria mostrar.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Kaiser Summer Draft

As coisas estavam meio largadas aqui. Mas era porque, de novo, estava tomando muito do mesmo e não estava sobrando fígado para a parte "cult" da coisa =oD
E com o carnaval e seus respectivos prés, pode ser que fiquemos nesse pé por aqui! Juro me esforçar para que não aconteça.

Confesso que não estava esperando muito desta cerveja. Explico o porquê: já falei bastante a respeito do tipo de cerveja massificada no Brasil, que, creio eu, é do mais leve e menos encorpado que pode haver e que eu tenho conhecimento.

O nosso clima tropical, nossa geografia com grandes litorais, nossas pluviosidade anual, o barateamento pela produção de apenas tipo em grande escala... Enfim, muita coisa contribui para o "adestramento" do nosso paladar.
Aí você pega uma cerveja onde há escrito Summer... Pensei logo em água de côco lupalada!



Mas não, apesar de ser, de fato, uma cerveja leve e bem adaptada a climas quentes e tempo ensolarado, esta aqui ainda consegue manter um tanto de sabor e um leve amargor, apesar de ter algo levemente adocicado. E o colarinho, existiu! Não teve grande permanência mas manteve-se por um ou dois goles.

Bom, no fim, valeu a regra que estou tentando extrapolar para vários aspectos do cotidiano: mantenha a expectativa alta e ganhe uma decepção. Mantendo-a Mantendo-lhe Se mantiveres Mantenha-na* baixa e controlada e poderás facilmente ser surpreendido.

P.S.: votos atrasados de um 2011 fodástico!!!

* A construção é assim mesmo? O Google não foi meu amigo.